PORQUE NÃO SOMOS COMPETITIVOS…

As dificuldades das empresas portuguesas estão quanto a mim, muito bem identificadas. Onde elas perdem mais dinheiro e mais tempo não é com os custos de atendimento aos seus clientes ou com os processos de produção.

É sim, com os custos dos serviços ao Estado, impostos e outras burocracias dos serviços públicos. Também se esgotam com os procedimentos e “enganos” à margem da Lei e da ética, que os prestadores dos serviços essenciais ousam em praticar de forma imune.

Se não fosse isso, estou certo que a nossa economia seria uma das mais competitivas da União Europeia. Mas nesse caso, muitos amigos de políticos ficariam sem tacho e muitas multinacionais poderosas sem os lucros astronómicos à conta do trabalho dos outros…

Ou seja, possuímos uma economia que produz abaixo das suas potencialidades e nem sempre é por culpa das Empresas ou dos seus trabalhadores.

PORQUE NÃO SOMOS COMPETITIVOS…

SÃO TÃO BONS, TÃO BONS… QUE…

É um português de sucesso e sempre que se revela publicamente que um compatriota nosso brilha no estrangeiro, eu fico feliz… Neste caso, parece-me que estamos até na presença de um “menino-prodígio”. Licenciatura no Reino Unido aos 17, Doutoramento aos 20… estágios com os “melhores”… e agora é conselheiro do FMI!

Não há dúvida que é bom! Tão bom, tão bom, que eu coloco em causa se não será bom demais para as funções que tem! As minha reservas passam precisamente por questionar se terá ele a escola de vida suficiente para analisar com o necessário pragmatismo, os efeitos e as consequências na sociedade das acções económicas do FMI, que não é mais do que um fundo criado com profundo carácter solidário.

Quem não conheceu outro cenário senão escola e academia, nunca passou dificuldades financeiras e nem tempo para hobbies possui, não me parece que seja detentor da necessária empatia para com o “Mundo real” para que possa aconselhar sobre decisões que terão a ver com as vidas de milhões que lutam todos os dias para sustentar uma casa, que trabalham como escravos para manter o emprego ou se sujeitam às coisas menos dignas para sobreviver neste mundo entregue a economistas e banqueiros autistas com maior poder decisor do que os políticos!

Eu não tenho nada contra os académicos. Até ambiciono um dia tornar-me num. E eu também sou muito crítico em relação à muita “sabedoria pimba” que anda por aí e que avança todos os dias mil fórmulas para nos tirar da crise e fazer-nos ricos já amanhã. Disparates! De igual forma reconheço o elevado conhecimento académico deste nosso compatriota.

Mas uma coisa eu poderia garantir. Se dependesse de mim uma escolha para um conselheiro de economia, eu não optaria por alguém com uma visão tão pouco abrangente da vida. Arriscar-me-ia a ter ao meu lado alguém que iria ignorar que por trás de cada número de contribuinte está um nome de uma pessoa e várias famílias com sentimentos. Sujeitar-me-ia a ter que, perante o insucesso, atribuir as culpas do nosso falhanço a uma qualquer folha de Excel!…

(para ler o artigo integralmente)
http://economico.sapo.pt/noticias/ricardo-reis-o-portugues-a-quem-os-bancos-centrais-pedem-conselhos_226193.html

SÃO TÃO BONS, TÃO BONS… QUE…